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Mundo MFG - Blog Oficial sobre Design e Manufatura da Autodesk

Fusion 360: conhecendo o ambiente de CAM

Raul Arozi
20/06/2017

Olá pessoal!

Entre os ambientes de trabalho do Fusion 360, um que me chamou muito a atenção desde o início foi o ambiente CAM. Antes de trabalhar na Autodesk eu passei 5 anos em uma desenvolvedora de CAM israelense, aprendi muito sobre usinagem, ferramentas, pós-processadores, etc. E uma coisa que sempre achei muito bom é ter o CAM integrado ao CAD, pois nem sempre o modelo 3D como projetado é o que precisamos para a programação de usinagem, e estando em um ambiente CAD nós temos todos os recursos necessários para ajustar o modelo para a programação CNC.

Neste post eu vou apresentar para vocês o ambiente CAM do Fusion 360, o objetivo aqui é se familiarizar com os comandos, entender o fluxo de trabalho, etc.

Bom, a primeira coisa que temos que fazer é ter o modelo 3D para usinar, como o foco do post é o ambiente CAM, resolvi buscar um modelo de molde pronto na internet e feito em outro CAD. O bacana do Fusion 360 é que ele consegue abrir modelos CAD da grande maioria de softwares do mercado, neste exemplo baixei um molde em formato SolidWorks do GrabCAD (www.grabcad.com).

Agora que temos o modelo importado, simplesmente removi os componentes que não me interessam deixando apenas a placa que será usinada neste exemplo.

Passo 1. Carregar o ambiente CAM e definir o setup inicial: qual operação realizaremos (fresamento, torneamento ou torno-fresa, corte de chapa usando água, plasma, laser, etc), definição da origem (zero peça) para correta orientação na mesa da máquina, eu deixei um sobre-metal para uma operação de faceamento. Notem que temos diferentes formas de definir a orientação da peça, eu optei por selecionar os eixos X e Y e na sequencia defini a origem em um ponto do bloco bruto.

Uma vez realizado o setup inicial, agora já podemos começar a definir as estratégias de usinagem conforme necessidade. Importante lembrar que, no Fusion 360 standard você tem acesso a torneamento, fresamento até 3 eixos e corte de chapas; já no Fusion 360 Ultimate além dos recursos presentes no standard você ainda tem acesso ao ambiente de probing e fresamento até 5 eixos simultâneos.

Gosto muito da interface do Fusion 360 para a definição de estratégias de usinagem, vou definir duas aqui apenas para destacar alguns dos principais pontos.

Passo2. Como deixei um sobre-metal de 2mm na face superior do bloco, vou usar a estratégia de faceamento antes de começar o desbaste do componente. Dentro das estratégias 2D você encontrará o comando Face. Notem que na janela vocês encontrarão 5 abas que contêm todos os parâmetros necessários para realizar este faceamento:

  • a primeira delas é referente a ferramenta (seleção de ferramenta, parâmetros de corte, etc);

  • a segunda aba é para definição de geometria onde realizaremos o faceamento (como esta é uma operação 2D, a geometria que devemos definir é 2D, neste caso selecionei a aresta do bloco);

  • a terceira aba é referente às alturas de trabalho (distância de segurança para movimentos em vazio, distância de retração de ferramenta, altura para movimentos em avanço de corte, o topo do bloco e a altura para final do faceamento). Aqui que a interface começa a se destacar, todas as definições podem ser feitas diretamente no modelo, manipulando os planos, fica fácil enxergar o que estamos configurando.

  • a quarta aba controla os passes da ferramenta (controle de movimento lateral e de profundidade se quisermos realizar o faceamento em múltiplos níveis). Se você tiver qualquer dúvida sobre o que algum parâmetro faz, basta deixar o cursor do mouse parado sobre o parâmetro e uma janela de ajuda aparecerá mostrando informações sobre aquele parâmetro (ver abaixo).

  • a quinta e última aba traz parâmetros de controle sobre o link entre os passes do caminho da ferramenta.
  • Depois de configurar tudo clique em OK, assim você verá o caminho da ferramenta calculado e aparecendo no modelo:

Passo 3. Defini uma estratégia de desbaste 3D usando o recurso de Adaptive Clearing sem me preocupar muito com ferramenta ou parâmetros, apenas para termos mais uma operação e um caminho de ferramenta maior para o próximo passo.

Passo 4. Simular a usinagem para validar movimentos, verificar se não teremos colisões da ferramenta ou suporte em movimentos rápidos, etc. Para isso, basta selecionar a estratégia que deseja simular (ou selecionar o Setup na lateral esquerda) e clicar em Simulate.

Defina o que você quer ou não ver durante a simulação e use os comandos da parte inferior da tela para controlar a velocidade da simulação:

Passo 5. Gerar o código G para a máquina que realizará o trabalho. Aqui é importante frisar que o Fusion 360 traz pós-processadores para vários comandos numéricos de forma homologada pelos seus fabricantes, qualquer customização no comando da máquina deve ser considerado e ajustado no pós-processador antes de executar qualquer usinagem (os pós-processadores do Fusion 360 são abertos, qualquer um com conhecimento necessário pode realizar estes ajustes). Vou usar um FANUC GENERIC para este exemplo e depois clicar em Post para ter o código G para tal comando.

Farei um post futuro para tratar apenas sobre como ajustar pós-processadores especificamente para a sua máquina…

Bom, espero ter ajudado a conhecerem um pouco mais do ambiente de CAM do Fusion 360.

Um abraço e até o próximo post!

 

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Raul Arozi

Especialista Técnico Sênior no Grupo de Produtos de Manufatura da Autodesk do Brasil, trabalha na área de softwares para engenharia mecânica e de produção desde 1999. Atuou em empresas revendedoras de softwares CAE/CAD/CAM/PDM de diferentes fabricantes como técnico de suporte e implantação; atuou em empresas desenvolvedoras de software CAD/CAM de Israel e dos EUA como gerente de operações para América Latina e como especialista técnico, respectivamente. Atualmente é integrante da equipe de especialistas técnicos da Autodesk desde 2010.

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