Olá pessoal.
Neste meu primeiro post junto à equipe do Mundo AEC pretendo falar um pouco sobre o ensino de AutoCAD nas instituições de ensino superior, e os principais desafios que esta geração de alunos de cursos de engenharia e arquitetura encontrarão ao se depararem com o mercado de trabalho.
Recentemente o governo federal instituiu a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Modelagem da Informação da Construção ou Building Information Modelling) por meio do Decreto 9.377, de 17 de maio (DOU de 18/5) com a finalidade de promover um ambiente adequado ao investimento em BIM e sua adequação pelo país.
Dentre os vários objetivos específicos deste decreto, um me chamou um pouco mais de atenção pois trata do incentivo à capacitação em BIM.
Como acadêmico, que fui nos últimos anos me deparei com diversas situações em relação ao ensino de BIM e CAD nos cursos de engenharia e arquitetura. Apesar de algumas iniciativas, ainda entendo que seja necessário um salto, e não um passo, no que diz respeito ao ensino de BIM e de softwares que auxiliem na aplicação deste conceito. A ideia da disciplina de AutoCAD ainda está muito enraizada em muitos cursos e param por aí.
Caso o aluno deseje ir além, deve buscar por contra própria cursos que ensinem a utilizar as tecnologias mais avançadas.
Bom vamos falar um pouco mais sobre isso a seguir.
Ensino de CAD x BIM
A ideia do BIM x CAD já é bastante difundida e pessoas que defendem cada um dos lados possuem argumentos suficientes para tornar a discussão interessante.
A grande questão é que na própria definição as duas tecnologias são totalmente diferentes.
CAD significa Desenho Auxiliado por Computador, ou seja, é uma ferramenta que facilita a elaboração de desenhos, sejam eles da área da construção, manufatura ou até um desenho comum como os mostrados na imagem abaixo.
Ao elaborarmos um modelo utilizando um software BIM, cada objeto existente possui um conjunto de informações que permite adicionar inteligência ao modelo. Na imagem abaixo mostro uma vista em planta de um projeto elaborado no Revit e que pode passar a impressão de que no CAD daria para fazer absolutamente a mesma coisa.
Contudo, cada objeto ali existente possui informações que permitem ao projetista extrair quantitativos, analisar interferências e entender o modelo como um todo de forma que uma simples representação geométrica não permitiria.
Quando analisamos o mesmo projeto em uma vista 3D, como a imagem acima, vemos que é possível melhor entender suas características e utilizar objetos parametrizados para encontrar a solução mais adequada para o projeto.
Por que ensinar BIM nos cursos de Graduação?
Uma vez que diversas iniciativas, inclusive governamentais, estão sendo desenvolvidas para a adoção do BIM, fica evidente a necessidade de melhor preparar os estudantes para desenvolverem projetos utilizando esta metodologia.
Alunos que somente aprendem softwares CAD insistirão em utilizar esta tecnologia e entendê-la como ferramenta suficiente, mas infelizmente ela não é mais. E assim não sendo, se torna fundamental que os professores e coordenadores ajam imediatamente para proporcionar estes novos aprendizados em sala de aula.
A vantagem é que neste caso, podem contar com uma forte ajuda da Autodesk!
A Autodesk oferece para alunos e professores licenças gratuitas de suas soluções para fins acadêmicos. Isto significa que se o professor pede para você instalar o Revit, ou Civil 3D ou o Infraworks você não precisará mais instalar versões piratas em suas máquinas para isto.
O uso em disciplinas da graduação também é liberado a partir destas licenças gratuitas, sendo proibido apenas o uso em disciplinas de extensã0 (aquelas que são cobradas separadamente) e para uso em Empresas JR e outros fins que não sejam relacionados às aulas.
Além disso, existem inúmeras plataformas que auxiliam os professores a se adequarem à estas novas tecnologias oferecendo cursos e treinamentos relacionados ao uso dos softwares, permitindo que estes proporcionem a seus alunos um ambiente de aprendizado que seja efetivo para sua formação.
Ou seja, estamos em um momento extremamente favorável para esta mudança, faltando apenas aquele salto que mencionei no início do artigo.
Em minhas próximas postagens comentarei algumas formas de aplicar estas tecnologias em disciplinas de graduação. Vale à pena estar sempre conferindo.
Antes de finalizar, deixo aqui uma pergunta:
Nossos alunos estão sendo formados para trabalhar em qual época?