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Por Dentro da Autodesk Brasil

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Hoje é dia de entrevista aqui no blog! E a primeira pessoa entrevistada em 2017 é o Rodrigo Assaf, conhecido no mercado por ser um excelente especialista técnico das soluções de mídia e entretenimento da Autodesk.

O que pouca gente sabe é que ele também é o melhor jogador do time de futebol da América Latina que disputa todo ano o torneio mundial da Autodesk. Nesta entrevista ele conta um pouco sobre sua carreira e até faz apostas para o Oscar deste ano. Será que ele acerta?

1 Quando você era criança, o que pensava em ser quando crescesse?

Eu imaginei que seria jogador de futebol mas quando meus pais me levaram para ver cinema pela primeira vez fiquei impressionado. Queria fazer algo relacionado a artes. Lembro bem sobre os primeiros filmes que via no cinema nesta época como De Volta para o Futuro, Star Wars e Superman. No colégio comecei a desenhar e criar quadrinhos para exposição e participava de concursos de desenhos de personagens. Tive muita sorte por ter tido a oportunidade de ver quase o início dos efeitos especiais no cinema, de ter acesso ao mundo dos games com o Atari na década de 80 e acesso a um computador XT de tela verde onde comecei desde criança a jogar e fazer atividades nele.

2 Conte um pouco sobre sua carreira.

Toda a imersão digital na qual passei desde criança me ajudou muito na escolha da minha carreira. No colegial, em 1996, fiz um projeto na feira de ciências realizando a primeira cobertura da feira totalmente na Web desenvolvendo um hotsite colocando as fotos digitais que não tinham nem 1 Mega Pixel de resolução em uma câmera comprada pelo próprio colégio.

Sem querer descobrimos o uso social da web para eventos e tivemos um número de acessos extraordinário gerando mídia ao colégio e à feira numa época que poucas pessoas tinham Internet em suas casas. Isso deu ao meu projeto o primeiro lugar na categoria tecnologia da feira! A partir de todo meu interesse em tecnologia e artes eu decidi que queria trabalhar com cinema, filmes.

Foi quando meu pai me aconselhou a cursar algo relacionado a tecnologia e não a artes primeiro para aumentar as chances de encontrar oportunidades de trabalho. Tomei a decisão de cursar ciências da computação na Universidade Federal de São Carlos onde conheci professores e amigos que me ajudaram muito a continuar no foco da computação gráfica com grupos de pesquisa e projetos.

O curso não era nada fácil e havia muitas matérias que eu realmente não gostava pois eram muito longe da área de artes, porém, durante este período fui fazendo matérias junto com o curso de Imagem e Som da própria faculdade e buscando outros cursos extra curriculares como um curso de animação tradicional que fiz em São Paulo numa escola que prestava serviços a Disney. No meio da faculdade fui fazer um intercâmbio em Dublin na Irlanda onde passei 3 meses trabalhando em uma empresa de tecnologia web e consegui desenvolver animações interativas do produto deles. Tive muito contato com artes experimentais e jogos eletrônicos. Foi um período muito divertido e de avanço de tecnologia inimaginável com a chegada de placas gráficas cada vez mais acessíveis e softwares inovadores.

Logo após o a faculdade entrei no mestrado na própria UFSCar e trabalhava em uma empresa de jogos tendo a posição de artista e animador 3D. No mestrado, em 2005, minha pesquisa focou no desenvolvimento de processos para desenvolver um equipamento de motion capture de baixo custo para captar animações faciais de um rosto real e passar a um rosto virtual. Utilizei na época duas câmeras de segurança preta e branca e interliguei elas com o objetivo de sincroniza-las.

Com cálculos matemáticos consegui gerar a animação 3D a partir das imagens capturadas pelas câmeras. Quando terminei o mestrado fui para São Paulo trabalhar em empresas de computação gráfica e animação. Participei de produções de seriados animados 3D, propagandas para TV e trabalhei na TV Band como artista 3D criando vinhetas para os programas da Adriane Galisteu, Show Business do João Doria, Jornal da Band, Dia a Dia, Campeonato Brasileiro, entre outros. No período noturno eu atuava como professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, dando aulas na graduação e orientava trabalhos de graduação dos alunos do último ano de Design e Publicidade e Propaganda. Em Setembro de 2011 a Autodesk me convidou para assumir a área de Mídia e Entretenimento no Brasil como especialista técnico. Desde então assumi a região da América Latina e venho fazendo demonstrações de soluções Autodesk para a indústria de jogos, TV, animação, Motion Graphics e VFX.

3 Conte um pouco sobre como você entrou na Autodesk e suas atividades na empresa

Na Autodesk eu cubro o território da América Latina e meu papel é visitar e apresentar aos clientes ou potenciais clientes nossas soluções e grandes novidades. Trabalho com o Autodesk 3ds Max, Autodesk Maya, Autodesk Motionbuilder, Autodesk Mudbox e o gerenciador de projetos chamado Shotgun. Outras atividades que desenvolvo são webinars para o público em geral aprender e revisar ferramentas focadas para games e animação, treinar e capacitar nossas revendas e participar de eventos onde posso fazer demonstrações ao público. Alguns exemplos de evento que palestrei foi a NAB em Las Vegas nos Estados Unidos, Animamundi no Rio de Janeiro, BIG Festival em São Paulo, Autodesk University na Cidade do México e Colombia 4.0 em Bogotá.

4 Qual filme, ou efeito visual você mais admira até hoje e por quê?

O Exterminador do Futuro 2 é o filme de VFX que mais admiro pois ele me marcou muito com seus efeitos e realismo na cena de apocalipse que nunca mais me esqueci. Além do efeito meio robô meio humano que apagou a imagem de Robocop que havia me impressionado também quando criança. Atualmente gosto muito dos efeitos de Transformers e Life of Pi.

5 Na sua opinião como será o futuro dos efeitos visuais?

Na minha opinião o futuro está nos baixos custos de hardware para desenvolvimento de efeitos especiais como placas gráficas e processadores cada vez mais rápidos e na capacidade de gerar renders em tempo real na produção de imagens finais de efeitos visuais. Esta mudança de paradigma pode afetar a velocidade e como produzimos efeitos especiais integrando a pré-visualização com a pós-produção.

6 Qual seu conselho para quem está começando nessa área?

Estudar muito sempre será um bom conselho e buscar treinamentos específicos. Outra coisa importante é aprender idiomas. O inglês é essencial na minha opinião devido aos inúmeros recursos que estão disponíveis nesta. Buscar uma linguagem artística se você for um artista pois assim irão te reconhecer pela sua arte.

7 Qual seu game preferido e por quê?

Meu game favorito é o FIFA Soccer. Primeiro porque gosto muito de futebol e a outra razão seria a admiração que tenho com o desenvolvimento do jogo. Os personagens são muito bem elaborados, assim como a inteligência artificial e a busca constante de melhoria na experiência do jogador. É fantástico ver o desenvolvimento do jogo desde sua primeira versão que eu jogava no PC e no console no anos 90. O valor agregado do jogo é incrível. Mas também gosto de jogos tipo arcade onde aprecio a arte 2D como Rayman Origins e Child of Light. Perco horas também jogando Candy Crush e já fui viciado em Clash of Clans.

8 Qual sua visão do mundo de Mídia e Entretenimento na América Latina? Os países são muito diferentes neste aspecto?

Na América Latina temos alguns focos diferentes entre os países porém muitas semelhanças também. No Brasil nossa indústria de animação publicitária é muito forte, assim como na Argentina, porém posso incluir também a nossa indústria de Broadcast, onde quase a totalidade do conteúdo produzido das nossas teles são desenvolvidos dentro da própria TV. Estamos crescendo muito na indústria de jogos eletrônicos e no desenvolvimento de seriados animados para canais de televisão. Já no México a produção de longa-metragem 3D é mais forte devido à proximidade com os Estados Unidos e em Buenos Aires na Argentina lançaram um filme chamado Metegol (Um Time Show de Bola). A indústria de Broadcast no México também é bem desenvolvida com grandes empresas assim como na Colômbia onde o governo tem uma participação muito importante no incentivo de produções de jogos e projetos de tecnologia junto à diversos laboratórios espalhados pelo país equipados com computadores de última geração e soluções Autodesk para geração de conteúdo digital 3D.

9 Para encerrar: quais filmes você acha que irão ganhar o Oscar de animação e efeitos visuais este ano?

Para o Oscar de animação este ano acredito na escolha de Kubo and the Two Strings, de uma produtora chamada Laika. Eles desenvolveram técnicas incríveis de imprimir modelos 3D a partir do Autodesk Maya e gerar animação do tipo stop motion. Além disso a história é muito bem narrada e cativante.

Para a categoria de efeitos especiais meu palpite vai para Rogue One: A Star Wars Story com a criação de atores digitais para o filme.

 

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Priscilla Fiorin

Priscilla Fiorin é jornalista e trabalha há 20 anos no setor de tecnologia. Há 8 na Autodesk, é responsável pelas ações de Brand Marketing da empresa.

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