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Como em toda lista deixo aqui minha classificação de animações 3D que me marcaram e com alguns comentários tecnológicos sobre estas escolhas. Espero que gostem e que tenham assistido a todos estes filmes.
Obs.: Não foi nada fácil deixar tantos outros filmes de fora desta lista. Coloquem nos comentários quais seriam as sugestões de vocês. Deixe sua opinião!
Baseado no livro do britânico Neil Gaiman, Coraline é uma explosão de beleza visual que conta uma história envolvente e misteriosa sobre uma menina que encontra uma passagem para o submundo. Esta animação usa a técnica ‘stop-motion’, ou seja, os personagens são bonecos reais e cada movimento deles é necessário tirar uma foto para dar a noção de continuidade e suavidade. É extraordinário saber sobre a técnica de impressão 3D que utilizaram no filme. Para animar as expressões faciais da personagem Coraline, foram impressos por volta de 6.300 peças de seu rosto. Isso permitiu aos animadores mais de 207.000 combinações diferentes de expressões. Para a modelagem das faces dos personagens foi utilizado o Autodesk Maya junto com uma impressora 3D para gerar as peças no mundo real.
Para saber mais veja o making of da produção aqui.
Vencedor do Oscar de Melhor Animação em 2003, Procurando Nemo me marcou muito quando acompanhei seu lançamento no cinema. Tecnologicamente foi um grande desafio para a Pixar (estúdio de animação) criar uma história gerada por computador debaixo da água. Foram realizados muitos estudos sobre como as imagens iriam se comportar dentro do oceano assim como eram os movimentos dos peixes. Muitas viagens e pesquisas de referências em aquários e mergulhos foram feitos pela equipe de animação. Na animação da personagem Dori (peixe azul), por exemplo, detalhes como movimento na cauda foram essenciais para dar realismo à animação. Somente com muita observação e experiência que estes detalhes foram sendo acrescentados no filme. Os corais e águas-vivas foram animados por funções matemáticas, na qual chamamos tecnicamente de animação procedural, totalmente realizado por computador. Isso foi muito importante pois haviam cenas com mais de 77.000 água-vivas.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção aqui.
O grande desafio neste filme foi o desenvolvimento e animação de personagens humanos. Cabelos, músculos, roupas e tons de pele deveriam ter o efeito baseado na realidade. Muitas técnicas de simulação de cabelos e de comportamento de movimento da roupa no personagem foram desenvolvidas para este filme. A pele dos personagens deveria ter um efeito que tecnicamente chamamos de Subsurface Scattering, ou seja, a luz entra pelos poros da pele mudando o tom da cor conforme a intensidade da luz. Em 2004, Os Incríveis, ganhou o Oscar de melhor animação.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Oscar de melhor animação em 2001, Shrek já é considerado em minha opinião, um clássico dos contos de fadas moderno. Um dos grandes desafios de animar o personagem Shrek foi que por se tratar de um ogro não se esperava muita expressão facial, porém, Shrek é um personagem mais complexo exigindo assim muitas sutilezas em suas expressões faciais. Foi construído todo um sistema muscular por computador para simular com melhor realismo seus movimentos assim como imperfeições de pele como rugas.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Uma história interessante e muito psicológica, Divertida Mente foi o vencedor da categoria de melhor animação no Oscar 2015. Neste filme houve uma grande preocupação com relação ao movimentos das câmeras 3D. Para não parecerem artificiais o estúdio desenvolveu técnicas que aproximava movimentos de câmeras reais para as câmeras geradas por computador dando um ar mais realístico à animação. Uma curiosidade tecnológica é em relação à personagem Alegria (Joy). Ela brilha e irradia luz por onde passa, porém, este efeito que pode ser até imperceptível aos olhos dos espectadores gerou muito processamento por parte dos computadores e um tremendo desafio tecnológico para a luz se comportar como na vida real. A Alegria (Joy) era na verdade uma luz ambulante no filme!
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Lançado em 2001 com uma sequência, Universidade Monstro, produzida em 2011. É uma história muito criativa sobre como os gritos de crianças assustadas poderiam gerar energia para o mundo dos Monstros. Muita tecnologia nesta época precisou ser aprimorada pois os Monstros tinham pêlos que necessitavam reagir conforme seus movimentos. Outro grande desafio para a época foi o uso de cenários enormes que não parecessem artificiais e sem vida. Muitos efeitos de neblina e luzes atmosféricas foram usados para preencher os espaços do filme. Destaco também o grau de complexidade para o comportamento das luzes nos personagens com pêlos. Uma coisa era iluminar objetos ou personagens lisos, outra era fazê-lo em personagens com bastante pêlo no corpo como o personagem principal, o Sullivan.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Trilha sonora impecável e uma história que considero uma obra prima. Esta animação da Pixar me deixou impressionado com os detalhes das cores e luzes. Vários materiais (Shaders) foram desenvolvidos para deixarem os alimentos com aparência de frescor e transparência também. E como se tratava de um filme com temática de culinária, muita observação e estudo foram feitos na arte de cozinhar. Descobriram que simular os alimentos sendo preparados exigia muitos materiais diferentes que seriam gerados por computador assim como diversos efeitos no ato de cozinhar como fritar, fogo, esquentar, fumaça, etc.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Animação de 1995, Toy Story foi o primeiro longa metragem 3D a ser produzido totalmente por computador. Impressionante ver como a tecnologia evoluiu desde esta época do lançamento do Toy Story 1. Com uma história atrativa tanto para adultos e crianças sobre brinquedos que ganham vida em momentos que não estão sendo observados por humanos, o filme apresentou personagens humanos como os donos do brinquedo Woody e também personagens fantasiosos que seriam os brinquedos. O grande desafio era deixar a animação mais suave dando a impressão de que realmente os brinquedos ganhavam vida. A animação labial automática dos personagens foi rejeitada por Lasseter (diretor) sendo realizada pelos animadores que geravam em média 8 segundos de animação por semana.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Uma história emocionante e improvável entre um dinossauro e um menino, sugerindo que os dinossauros não foram extintos. Todos os cenários foram modelados em 3D e não utilizaram técnicas para economizar o número de geometrias 3D como o uso da técnica de matte-painting que consiste em usar pinturas ou fotografia para compor um cenário. Como lidaram com cenários naturais, o estúdio precisou desenvolver métodos matemáticos para gerar objetos diferentes como rochas e folhas por exemplo, dando um aspecto mais realista. Técnicas para mudar a resolução ou detalhes de geometrias mais distantes da câmera foram usadas. Tecnicamente isto é conhecido como LOD (Level of Details). Efeitos de nuvens e céu foram gerados por computador com dados reais de satélites.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.
Esta foi uma escolha muito pessoal pois Snoopy fez parte de minha infância e até hoje suas histórias deixam crianças e adultos viajarem no mundo de Charlie Brown e sua turma. Fiquei imaginando como seria traduzir o mundo das histórias em quadrinhos em que estávamos acostumados a ver em um mundo de animação 3D. Ou seja, como traduzir do desenho ao 3D? Um imenso desafio que na minha opinião foi conquistado com muita propriedade. As animações dos personagens tiveram um efeito que remeteram aos quadrinhos e como eu imaginava se os personagens fossem reais. Muito desafios técnicos para chegar neste estilo de animação fizeram parte do dia a dia da produção deste filme do estúdio Blue Sky.
Para saber mais assistam aqui o Making Of desta produção.