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Por Dentro da Autodesk Brasil

eliana-russi

Uma coisa que pouca gente sabe da Autodesk é que muitos games super populares são feitos com nossas ferramentas de Mídia e Entretenimento.

Mas não pensem que isso é uma coisa feita apenas no exterior. Aqui no Brasil esse mercado tem ganhado cada vez mais importância.

Para falar sobre isso nós entrevistamos a Eliana Russi, diretora da ABRAGAMES (Associação Brasileira de Games) e do BIG (Brazil Independent Games Festival).

Veja o que ela nos disse:
1) Como você começou a atuar na indústria de games?

Eu já vinha desde 2001 trabalhando com o que hoje chamamos de indústrias criativas ou economia da cultura. Comecei no Consulado do Canadá em SP – promovendo empresas canadenses de cinema, TV, música, circo e é claro, a nascente indústria de videogames.

A Autodesk já era muito importante no Canada – pois havia comprado a Alias e Softimage e tinha os softwares para animação Maya e Max.

Sai do Consulado em 2007 para trabalhar no projeto da Apex- Brasil de promoção internacional de conteúdo para TV. Foi nessa época que conheci o Rodrigo Assaf, ele já era do mercado de TV. Foi uma época muito bacana e durou 4 anos, mas tudo já convergia para o videogame e sai para conceber e produzir a 1a edição do BIG Festival.

O BIG hoje está indo para sua 5a edição – Autodesk é parceira do BIG, o evento se tornou peça chave na promoção da nascente indústria de games no Brasil, que hoje conta com um projeto próprio de promoção internacional com a Apex- Brasil, o qual gerencio.

2) Qual é a sua visão do mercado atual de games no Brasil?

O mercado é muito promissor e a indústria cresce em qualidade e quantidade de novas empresas e projetos.
O setor cresce no mundo a taxas de 8.5% aa e para a America Latina a projeção é ainda maior.

Dentre os setores da Economia Criativa, o de Game é hoje o mais efervescente: música, filme, design, programação, todos convergem para esse campo, pois a cadeia produtiva do videogame é um híbrido entre arte e tecnologia.

No mundo o faturamento da indústria dos games já ultrapassou a indústria do audiovisual e da música, gerando dezenas de milhares de empregos, graças à sua longa e eclética cadeia produtiva. A indústria mundial de Games continua crescendo e gerando receitas da ordem de US$ 99,6 bilhões de dólares* em 2016.

*NEWZOO – Abril de 2016

Eu acredito que o fortalecimento da indústria de videogames é estratégico como vetor de inovação e desenvolvimento transversal, gerando ganhos em vários setores da economia e sociais, tais como no mercado de entretenimento, cultura, aplicações industriais, educação, saúde, mobilidade, aplicações corporativas, entre outros.

3) O que falta para este mercado dar um salto de produtividade e faturamento?

Investimento e visão.
Nossas empresas desenvolvedoras trabalham com capital próprio, o dinheiro de investidores privados e VC é mínimo ou zero.

As grandes marcas e corporações no Brasil ainda não se deram conta do que estão perdendo ao não se aproximar mais da nascente indústria brasileira, o mundo todo já investe no Game como linguagem para atingir diversos públicos.

4) Nossas produções já tem o mesmo nível de outros países? Se não, o que pode ser melhorado?

Nossa indústria nos surpreende a cada dia, já temos um grande caso de sucesso e reconhecimento internacional, o jogo Horizon Chase, do estúdio Gaúcho Aquiris, foi reconhecido internacionalmente pelos principais players do mercado com o melhor jogo no biênio 2015/2016 por: Editors’ Choice On App Store Us e muitos outros prêmios, inclusive o de melhor jogo do BIG Festival 2016.

O Horizon Chase, é hoje benchmark para a indústria brasileira e referência internacional, colocando o Brasil no “spotlight” da indústria mundial, inclusive sendo matéria da renomada publicação britânica Gamesindustry.biz em outubro de 2016.

Veja vídeo:

https://vimeo.com/136828630

Se pensarmos que o BIG Festival em seu 4o ano conseguiu premiar um jogo brasileiro como melhor de 2016 e que, os jurados internacionais são feras da industria mundial, e que recebemos mais de 700 jogos de 48 países, estamos no caminho certo!!!

O caminho é de sucesso e tudo pode ser melhorado: pesquisa, desenvolvimento, marketing, acesso a investimento, distribuição – enfim a cadeia inteira pode ser aprimorada. O Brasil pode ser num curto espaço de tempo um “super território para desenvolvimento de jogos” e essas palavras não são minhas, mas do Mario Reys da EA. (o video mostra esse depoimento:

 

5) Falando de mão de obra: há alguma lacuna de conhecimento técnico dos profissionais locais?

Nós só temos um problema – falta de investimento. Profissionais temos os melhores, inclusive em altos postos de gigantes internacionais como a Rovio e a Bandai Namco. Com investimentos as empresas poderão aprimorar suas estratégias comerciais, os projetos e gestão.

6) E quanto à tecnologia? A venda de software por assinatura pode beneficiar essa indústria que tem muitas produtoras pequenas. Você já nota que essas empresas estão usufruindo disso?

A tecnologia hoje é nossa aliada – temos acesso a tudo real time com o resto do mundo e cada vez mais as pequenas procuram as licenças – a própria Abragames costuma fazer pacotes promocionais em parceria com as empresas de tecnologia e repassar para as empresas associadas.

A Autodesk é parceira das empresas de games em todos os sentidos! Até já levamos uma delegação de empresas da Abragames para conhecer o Pier 9 em San Francisco! Genial o que vocês fazem por lá, uma empresa de se orgulhar mesmo!

7) Quais os próximos passos dessa indústria no Brasil ?

Crescer, ganhar escala e ser referência em jogos independentes com propriedade intelectual própria.

8) Algum recado para nossos leitores?

Estamos procurando apoiadores para BIG Festival 2017! O evento, que é gratuito, tem como missão fortalecer a indústria brasileira, com capacitações, troca de experiências e geração de negócios. Já é o 3o maior festival de games do mundo, uma vitrine do que melhor se produz e o hub de negócios internacionais na América Latina.

A indústria brasileira agradece!

 

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Priscilla Fiorin

Priscilla Fiorin é jornalista e trabalha há 20 anos no setor de tecnologia. Há 8 na Autodesk, é responsável pelas ações de Brand Marketing da empresa.

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