Eu me lembro de uma vez em que escutei a Jessica Gray, atualmente gerente de programas de canais para América Latina, falando inglês no telefone.
Achei a qualidade do inglês dela tão bom que mencionei isso quando ela saiu do telefone. Aí a Jessica me explicou que na verdade o inglês é a primeira língua dela, pois é americana de nascimento.
Como sua mãe é brasileira, ela sempre teve uma ligação muito próxima com o país e o português. Viajava para cá nas férias, por exemplo.
Há 8 anos a executiva se mudou de vez para cá e hoje já acumula uma década de carreira na Autodesk.
Nesta entrevista ela conta um pouco sua experiência trabalhando na sede da empresa e fatos curiosos dessa jornada.
Conte um pouco sobre como você entrou na Autodesk
Eu tinha acabado de voltar aos Estados Unidos depois de morar 3 anos fora. Eu morei no Paraguai, na roça, trabalhando como voluntária do programa do governo dos EUA chamado Peace Corps (Corpo de Paz). É um programa que foi fundado pelo JFK para jovens americanos ajudarem países em desenvolvimento nas áreas de educação, saúde, meio ambiente, etc.
No fundo o JFK queria dar para os jovens americanos uma experiência onde eles podiam aprender uma cultura e idioma novos e voltar com conhecimento mais “enriquecido” para os EUA.
Eu trabalhei na área de educação ambiental e agroflorestal. Quando cheguei nos EUA fui morar no Bay Area (em São Francisco) e fui indicada a buscar uma posição na Autodesk pela fama de ser um ótimo lugar para trabalhar. Eu trabalhava com o time de treinamento do canal norte-americano em San Rafael e adorava!
Fiz grandes amizades e contatos que tenho até hoje. Lembro que na época a CEO da Autodesk era a Carol Bartz, e ela fazia um almoço com todos os novos funcionários junto com o time executivo da Autodesk. Eu acabei sentando na mesa dela e ela fez um “ice-breaker” fazendo a pergunta: vamos se conhecer da seguinte maneira, fala o seu nome, onde foi o seu ultimo emprego e qual foi a condução que você usava para chegar no trabalho. Quando chegou a minha fez, surpreendi todos explicando que o meu ultimo emprego foi na roça de Paraguai, trabalhando com pequenos agricultores e chegava no “trabalho” as vezes andando de cavalo! A Carol adorou 🙂
Explique para nossos leitores o que você faz no seu trabalho?
Eu trabalho com o time de Programas de Canal da América Latina. O nosso time cria a estratégia de programas de canal global (Framework) e depois trabalhamos em conjunto com os lideres de cada região para implementar e apoiar esses programas ao longo do ano fiscal.
Como foi a mudança dos Estados Unidos para o Brasil?
Bom, eu tenho viajado e morado fora várias vezes na minha vida. Quando vim morar no Brasil, eu tinha vindo da África onde eu estava trabalhando com uma construtora. Eu e o meu esposo estávamos trabalhando em um projeto de construção de um porto de containers no em Djibouti (país africano). Posso falar que a transição de sair de Djibouti, África para o Rio de Janeiro, Brasil foi muito fácil 🙂
Mas claro existe adaptações que tive que fazer durante estes 9 anos em que moro no Brasil, como conhecer bem o PoupaTempo, por exemplo
Quais as principais diferenças em trabalhar na Autodesk dos Estados Unidos e a do Brasil?
Bom, eu trabalhei 2 anos na sede da Autodesk, na época quase todos os funcionários que moravam na Bay Area trabalhavam em São Rafael. Hoje o escritório de São Francisco é bem maior, mas na época tudo acontecia em São Rafael. Eu curtia muito pois a cultura da Autodesk é muito tranquila. Adorava levar o meu cachorro ao trabalho e me juntar aos outros que levavam os cachorros para brincarem durante os nossos intervalos e na hora do almoço.
Eu curtia a academia que tem no campus da Autodesk, malhava durante a minha hora de almoço ou antes/depois do trabalho. Almoçava quase todo dia na cantina da Autodesk que tinha comida saudável e era o lugar onde podia encontrar amigos, colegas, executivos.
Era comum, na época, fazer aulas na academia com diretores, e outros executivos da empresa – sentia que aquele ambiente era muito relaxado e de bom astral. Eu também participava em grupos de corrida, patrocinados pela Autodesk e nós nos encontrávamos com o treinador de manhã cedo para fazer corridas de trilha pois em volta da Autodesk em São Rafael tem muita área verde.
Aproveitava isso muito, até fazendo corridas de trilha na hora do almoço. A Autodesk estimulava muito isso pois faz parte da cultura. Quando vim trabalhar no Brasil, a minha experiência foi muito diferente pois fazia home office, já que eu morava no Rio e o escritório é em São Paulo. Apesar de estar muito satisfeita em poder voltar a trabalhar com a Autodesk a sensação não era a mesma, pois não me sentia parte da cultura da empresa.
Agora que mudei para São Paulo sinto que estou resgatando essa sensação de cultura da Autodesk pois trabalho alguns dias no nosso escritório.
Como você administra a vida de mãe e profissional?
Não é fácil, como qualquer mãe falaria 🙂
Mas eu tenho certeza de que a Autodesk me apoia. Os meus colegas e o meu time respeitam muito o equilíbrio entre vida profissional e pessoal o que me permite a continuar a trabalhar e ao mesmo tempo ser uma mãe presente para os meus filhos.
A minha época de trabalhar em casa foi ótima pois os meus filhos eram bebês e eu consegui acompanhar de perto esta fase tão delicada, enquanto continuava trabalhando full-time. Agora que estão maiores (2 e 5 anos) e vão para escola, estou curtindo poder ir ao escritório, mas continuo com a flexibilidade que preciso para fazer o meu papel de mãe. Eu sempre soube que queria continuar trabalhando depois de ter filhos, e acredito que a Autodesk facilitou isso para mim.
Qual conselho daria para pessoas que precisam mudar de país?
Cabeça aberta, pois certamente passará por um choque inicial, mas o choque de voltar ao país de origem é maior! Aprender o idioma é tudo, nisso eu tive vantagem no Brasil pois já falava português.
Se você não tivesse a profissão que tem hoje, com o que trabalharia?
Certamente alguma ONG que trabalha em conservação do meio ambiente.
Trabalhar na Autodesk é
Divertido, desafiante, um prazer e orgulho para mim!
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