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Mundo AEC - Blog Oficial sobre soluções da Autodesk Brasil

O incêndio no Museu Nacional e a falta de investimento em documentação digital de edifícios históricos

Camila Tauil
05/12/2018

Presenciamos recentemente a tragédia do incêndio de grandes proporções que tomou conta do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

O prédio, datado de 1818, foi inteiramente tomado pelas chamas na madrugada do dia 3 de setembro e destruiu toda a arquitetura neoclássica do edifício, seu acervo com mais de 20 milhões de itens e muita história.

  

Recentemente, a Autodesk finalizou um projeto de preservação digital do Museu Imperial,  mais popularmente conhecido como Palácio Imperial, de arquitetura neoclássica, datado de 1852 e localizado em Petrópolis, Rio de Janeiro.

A preservação digital contou basicamente com três etapas. Primeiro o escaneamento a laser e captura de imagens por drone de todo o Museu, em seguida todos os dados obtidos foram analisados e por fim modelou-se inteiramente o Museu no Revit por meio da nuvem de pontos criada com o Recap.

Esses processos geraram o modelo 3D digital, que irá servir como documentação oficial para preservação do patrimônio cultural, melhoria na gestão do Museu, além de oferecer a possibilidade de novas experiências para os visitantes em realidade virtual ou visita interativa à distância.

    

(Todos esses processos e o projeto finalizado pode ser visto mais detalhadamente no blog)

A falta de registros e documentações precisas e oficiais de edifícios antigos (e tão importantes para o história e patrimônio cultural do Brasil e do mundo), ainda mais com os diversos recursos hoje disponíveis, é inaceitável.

Um grande exemplo positivo foi o estudo preliminar de captura de dados por escaneamento a laser do edifício do Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios em São Paulo. O edifício foi inteiramente escaneado, assim como todo o seu acervo. Poucos depois, em 2014, um incêndio tomou conta do Centro Cultural, destruindo-o.

O escaneamento anteriormente realizado foi essencial para que o Centro Cultural fosse restaurado e o seu acervo parcialmente recuperado. A nuvem de pontos criada foi utilizada no desenvolvimento de moldes para que novas esculturas, iguais às destruídas no incêndio, fossem refeitas e expostas no local.

                                                                                       

 

 

 

 

(Imagem do Centro Cultural pós incêndio)                               (3D da modelagem feita a partir da nuvem de pontos para restauração do edifício)

A falta de investimentos e a má gestão pública desses edifícios são os grandes culpados por essas tragédias que acontecem no Brasil.

A questão é: se houvesse um investimento adequado para manutenção e preservação desses edifícios, que poderia ser auxiliado pelo escaneamento a laser e modelagem 3D para preservação digital, o número de tragédias e perdas como a que ocorreu recentemente no Museu Nacional iria diminuir ou até mesmo desaparecer, e com certeza, trariam mais benefícios e uma maior segurança para o patrimônio brasileiro.

 

(Imagem da nuvem de pontos feita da escultura destruída no incêndio e seu modelo refeito após o acidente)

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Camila Tauil

Estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Já teve a oportunidade de conhecer escritórios de Arquitetura, executar projetos curriculares e extracurriculares, visitar obras e agora integra a equipe técnica AEC da Autodesk Brasil.

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