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Mundo AEC - Blog Oficial sobre soluções da Autodesk Brasil

A maneira como projetamos está mudando radicalmente, e não é de BIM que estamos falando. A próxima grande revolução no desenvolvimento de projetos de arquitetura e engenharia é a do Projeto Generativo (Generative Design). É crítico para o profissional do futuro entender que tendendência é esta e começar a se familiarizar, desde já, com algumas das tecnologias que a suportam, como as de modelagem paramétrica (Revit), modelagem algorítmica via programação visual (Dynamo), iteração generativa (Fractal) e otimização (Within, Dreamcatcher). Nesta série de artigos sobre Projeto Generativo exploraremos este e outros conceitos afins, e compartilharemos orientações para ajudá-lo a avançar neste fascinante território.

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Projeto Generativo. Fonte: Blog Redshift, Autodesk.

O ponto de partida é a mudança de nossa relação com os computadores. Por décadas nós os temos utilizado como ferramentas para o desenvolvimento de projetos, mas até então eles não passaram disto, instrumentos. Os sistemas generativos de projetos por sua vez alçam os computadores a um outro patamar. Hoje, eles estão se tornando parceiros de projeto, co-criadores, graças à sua enorme capacidade de lidar com grandes volumes de dados e assim viabilizar abordagens generativas. São a nuvem, big data e inteligência artifical chegando às pranchetas, e trazendo resultados surpreendentes, como o da ponte para pedestres projetada por meio de tecnologia generativa pelo artista Joris Laarman e o seu time na MX3D, com o apoio da Autodesk, e que será a primeira ponte a ser impressa em 3D por robôs, em Amsterdã.

Montagem de ponte sobre canal. Fonte: MX3D.

Montagem de ponte sobre canal. Fonte: MX3D.

Os sistemas generativos de projetos, ao contrário de sua aplicação junto a tecnologias paramétricas e algorítmicas, não são uma novidade. Esta abordagem, fundamentada na exploração exaustiva de alternativas de projeto derivadas de alguns pressupostos e dirigidas rumo a um objetivo por um conjunto de instruções, ou algoritmos, já possui décadas, ou, diriam alguns, séculos de existência. A novidade é que hoje possuímos instrumentos com capacidade de processamento suficiente para tornar esta abordagem uma realidade concreta e uma alternativa viável para o desenvolvimento de projetos. No Projeto Generativo partimos dos resultados que pretendemos alcançar e, por meio de parâmetros e algoritmos, exploramos inúmeras alternativas. Esta exploração progressiva pode ser feita de maneira a oferecer uma grande variedade de resultados possíveis (iteração divergente) ou de maneira a se otimizar um determinado viés projetual (iteração convergente), refinando uma abordagem específica até se alcançar a melhor alternativa possível dados os resultados que se queira alcançar.

Project Fractal. Fonte: Blog The Building Lab, Autodesk.

Project Fractal. Fonte: Blog The Building Lab, Autodesk.

O Projeto Generativo não é uma abordagem que dispensa o projetista, mas que redefine a sua maneira de trabalhar, acrescentando novas oportunidades e ferramentas. Veja-se por exemplo o projeto para o novo escritório da Autodesk em Toronto, o edifício MaRS, projetado pelo inovador e premiado estúdio de arquitetura The Living. A abordagem generativa de projeto começou pela coleta de dados de restrições e de expectativas dos funcionários do escritório, que foram então inseridas como variáveis de projeto a serem manipuladas pelos algoritmos. Múltiplos possíveis arranjos foram então gerados a partir de centenas de variáveis inteligentemente combinadas para que se suportasse um projeto totalmente inesperado.

Autodesk MaRS Building. Fonte: Autodesk Research.

Autodesk MaRS Building. Fonte: Autodesk Research.

E tudo isto está assentado nas mesmas bases do BIM. As tecnologias paramétricas que têm suportado a Modelagem da Informação da Construção cumprem um papel fundamental no avanço do Projeto Generativo. Se a inteligência por detrás da multiplicação ou da otimização de alternativas de projeto é dada pelos algoritmos, os valores fundamentais que variam alimentando estas regras e alterando os resultados são os dos parâmetros, meio pelo qual plataformas como o Autodesk Revit viabilizam projetos mais ágeis e inteligentes. Os conceitos de Projeto Algorítmico (Algorithmic Design) e Projeto Paramétrico (Parametric Design), intercalam-se aqui com o do Projeto Generativo. O primeiro ressalta a importância dos algoritmos (regras, instruções, fórmulas) para a geração das formas, mas não implica na iteração contínua que gera a diversidade ou a otimização gradual características do Projeto Generativo. O segundo ressalta o papel dos parâmetros pontuais e de suas relações na determinação dos resultados finais, gerando diferentes alternativas, mas não implica no uso de algoritmos operados por computadores por meio dos quais estes valores são continuamente alterados e recombinados. O Projeto Generativo é algorítmico e paramétrico, e se tecnologias como o Revit são fundamentalmente paramétricas então basta viabilizar a exploração dinâmica destas variáveis por meio de algoritmos que nos permitirão investigar variadas e diferentes formas – isto podemos fazer mediante o uso de tecnologias de programação visual, como o Dynamo. Em um segundo momento basta deixar aos computadores e à inteligência artifical a operação destes processos e – voilá, é o projeto generativo chegando ao dia-a-dia da arquitetura e da engenharia.

Project Fractal. Fonte: Blog The Building Lab, Autodesk.

Project Fractal. Fonte: Blog The Building Lab, Autodesk.

No próximo artigo exploraremos portanto este passo fundamental que conecta a modelagem paramétrica ao projeto generativo: o projeto algorítmico. Falaremos de Dynamo e compartilharemos algumas fontes e tutoriais para que você possa começar a trabalhar com programação visual aplicada a AEC. Enquanto isto, se tiver alguma dúvida ou comentário, interaja conosco aqui pelo blog e não deixe de consultar nossas outras páginas e recursos! Até a próxima!

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Ricardo Bianca

Arq. M.Sc. Ricardo Bianca de Mello | Sr. Technical Sales Specialist, AEC, Brazil | Especialista Técnico da Autodesk para Arquitetura, Engenharia e Construção. Formado em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP, possui Mestrado em Projeto de Arquitetura pela mesma instituição. Antes de trabalhar na Autodesk desenvolveu diversos projetos nas áreas de edificações, urbanismo e design por meio de seu escritório e também em parceria com outros arquitetos no Brasil e no exterior. Trabalhou também com consultoria, perícia, instrução, em escritório de engenharia estrutural e em construtora. Profundo conhecedor e usuário de tecnologias Autodesk há cerca de 20 anos, trabalha com BIM desde 2004, quando começou a desenvolver projetos em Revit, tendo sido também responsável por coordenar ou amparar a adoção desta tecnologia em diversas empresas. Desde 2009 integra a Comissão de Estudos Especiais 134 da ABNT, que vem desenvolvendo a normalização brasileira para BIM. Desde 2010 faz parte do time da Autodesk do Brasil, atuando em todo o território brasileiro na divulgação e adoção da tecnologia Autodesk para BIM. Mais sobre ele, acesse seu perfil no Linkedin: www.linkedin.com/in/ricardo-bianca

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  1. Avataradailtongraffits@hotmail.com

    Parabéns Ricardo Bianca, esse é um assunto que eu gosto muito, aprendi programar em autolisp e agora com o revit tenho muita vontade que começar a usar o dynamo, venho pesquisando se possível deixa as informações sobre cursos e palestras eu adoraria de participar, mais uma vez parabéns pelo trabalho.

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