Ao investir em ferramentas Autodesk, empresa de gerenciamento de obras consegue reduzir tempo de aprovação dos projetos, além de permitir que clientes acompanhem em tempo real detalhes da execução da obra
A experiência no mercado bancário, com a ampliação e reformas de agências de diversas instituições financeiras, foi a base da KEMP Projetos e Gerenciamento de Obras para focar em projetos de engenharia no mercado de varejo. Fundada há 14 anos por Barbara Kemp e Rogerio Moraes, a empresa entregou, só em 2019, 12 mil serviços , entre gerenciamento de obras, projetos arquitetônicos, de instalações e mais.
Uma das principais alavancas para a empresa se especializar e ganhar escala nesse negócio foi a aposta e o investimento na metodologia BIM (Building Information Modeling), que envolve software, hardware e conhecimento técnico para elaborar projetos que vão muito além de um modelo 3D – gerando uma construção virtual que traz benefícios a todo o ecossistema de um projeto. Atualmente, a KEMP tem 22% dos seus projetos elaborados em BIM, mas a expectativa é chegar a 60% até o final deste ano.
A aposta na metodologia BIM pela KEMP começou com o objetivo de dar acesso e transparência aos envolvidos, já que a ideia era permitir que equipes e profissionais com diferentes níveis de conhecimento pudessem acompanhar um projeto. “Na verdade, convergimos tecnologias com base no BIM para tornar a leitura do projeto acessível a todos os níveis envolvidos no projeto, desde a equipe de engenharia até os decisores, que na maioria das vezes não tem conhecimento técnico”, ressalta Barbara, uma das fundadoras.
Nesse sentido, o uso de VR (realidade virtual) tem sido um aliado. “Temos um caso de redução de aprovação de projeto que caiu de 2 meses para uma semana, apenas porque o entendimento do projeto ficou mais fácil por meio do uso da tecnologia, cuja base é a construção virtual que a metodologia BIM permite”, destaca Barbara.
Já com a AR (Realidade Aumentada) por meio dos óculos Hololens, da Microsoft, a KEMP pode fazer uma visita técnica com a empresa contratante antes mesmo da obra começar e visualizar o holograma do empreendimento em tamanho real. Muitas dúvidas e alterações são resolvidas ali, trazendo uma série de benefícios, como a economia no tempo de aprovação.
Para auxiliar nesse processo, a KEMP tem investido em ferramentas Autodesk, como a AEC Collection e integrações com o Forge. Os dados extraídos por essas ferramentas são utilizados em uma plataforma que a própria KEMP criou para que cada cliente possa acompanhar em tempo real detalhes tanto do projeto quanto da execução da obra.
Ainda assim, a KEMP esbarra na resistência do mercado em relação à adoção do BIM. “Mesmo com os ganhos que a metodologia proporciona, lidamos com um mercado que é muito imediatista, por questões próprias do setor de varejo. Em um projeto BIM, precisamos gastar mais tempo nas etapas iniciais do processo para ter ganhos no final e essa negociação de cronograma às vezes se torna uma questão sensível”, afirma Moraes.
“Ao adotar o BIM como estratégia da empresa, economizam tempo e dinheiro do contratante, pois os erros podem ser corrigidos previamente, evitando atrasos na obra e desperdício de material”, conclui.
Barbara e Rogerio também apontam que a adoção do laser scanning tornou o processo de medição dos locais a serem reformados ou construídos mais eficiente, eliminando visitas para eventuais refações de medições.
De acordo com Joyce Delatorre, especialista técnica da Autodesk Brasil, a KEMP é um exemplo de como processos em mercados dinâmicos, como o varejo, podem ser melhorados com o uso da tecnologia.
“Já está mais que provado que este é o caminho para o setor de arquitetura, construção e engenharia e temos confiança que o ecossistema vai cada vez mais adotar o BIM como estratégia de negócios”, diz Delatorre.