Uma construtora que está no mercado há sete décadas se mantém relevante por acompanhar as mudanças da indústria de forma equilibrada, porém disruptiva. Foi assim que a AG (Andrade Gutierrez) entendeu que o BIM (Building Information Modeling) era um passo que tinha de ser dado para melhorar processos de projeto e execução de obras.
Há três anos, quando detectaram essa necessidade, um grupo de trabalho foi designado a estudar e implantar o BIM e foi nomeado de “BimAGine”, uma junção de tudo que este grupo simbolizava, uma nova metodologia que deveria ser implementada de forma a imaginar a integração de todos os setores e anos de experiencia da AG. Para que isso fosse efetivo e sua implantação bem sucedida, um plano de três anos foi elaborado. Neste plano estava incluído um evento para que toda a empresa entendesse o peso do BIM e seu movimento sem volta.
Dentro de toda implementação de BIM, temos os três pilares básicos, que são Processos, Pessoas e Tecnologia. A tecnologia Autodesk foi selecionada, pelos benefícios que suas ferramentas trazem, além da interoperabilidade que a plataforma permite. Ou seja, mesmo que outras ferramentas de tecnologia sejam usadas, a plataforma Autodesk permite que elas conversem entre si.
Em 2018 um roadmap de implantação foi criado e em 2019 foram feitos diversos treinamentos e palestras para desmistificar a adoção da nova metodologia. O BIM então foi usado em pilotos de obras como uma forma de testar a inovação na prática.
“Apesar do choque de realidade inicial, operacionalmente o BIM foi muito bem recepcionado pela equipe interna”, afirma Erik Vinicius de Aquino Santos, gerente de implantação de processos digitais e BIM na Andrade Gutierrez.
Houve dificuldade inicial de entendimento do novo processo, mas todo o ecossistema da empresa, interno e externo, entendeu que essa mudança será benéfica e vantajosa.
“A gestão das empresas projetistas contratadas por nós também foi uma questão que consideramos, uma vez que a partir de agora exigimos que elas trabalhem com a metodologia”, diz Erik.
Quebra de Paradigmas
Atualmente a AG tem quebrado paradigmas ao usar o BIM 360 para um ambiente de colaboração em que todos os documentos sejam integrados e acessados por toda a equipe em tempo real. Além disso, a empresa tem uma equipe própria e dedicada para suportar, treinar e estruturar o adequado uso da metodologia em nossas obras e estudos de propostas.
“Já é uma realidade que o processo esteja integrado e assim o conhecimento não se perde”, afirma Caroline de Oliveira Monzani Garcia, Especialista BIM, na AG.
Um exemplo é o Parque Solar do Ceará, que apesar da modelagem em 3D ter sido iniciada tardiamente, será o primeiro parque solar do Brasil, a ser totalmente feito em BIM – do projeto à obra. Esta construção será entregue em abril do ano que vem.
A contratante desta obra não exigiu nada em BIM, mas por uma diretriz da AG, o projeto está sendo executado desta forma, visando ao final do contrato termos todas as informações concentradas e atualizadas no modelo digital de projeto, permitindo uso na fase de Operação e Manutenção do parque solar, sem nenhum custo extra fosse adicionado ao contrato.
O futuro
O próximo passo, já incluído no plano dos próximos três anos, é a implantação do BIM 360 Build, para levar digitalização ao campo de obra.
Há também uma equipe que já está estudando a implantação do BIM 5D, como forma de dar mais um passo nos benefícios que a metodologia pode trazer. BIM 5D diz respeito a, além dos dados extraídos referentes a obra em si, ter um orçamento mais acurado de cada projeto.