Com o objetivo de encontrar formas mais acessíveis de desenvolver próteses faciais, Rodrigo Salazar Gamarra, especialista em reabilitação bucomaxilofacial e mestre em Odontologia pela Universidade Paulista (UNIP), utilizou a câmera de um smartphone comum e os softwares 123D Catch e Meshmixer, da Autodesk, para criar uma técnica mundialmente nova para a reconstrução protética da face utilizando protótipos impressos em três dimensões.
O ineditismo do trabalho está na técnica. Munido apenas de um smartphone, o dentista utiliza a câmera simples do aparelho para tirar uma série de fotos protocolizadas de um paciente com deformidade facial a fim de captar a sua anatomia. A prótese é então desenhada com a forma ideal, no formato 3D, com o uso do 123D Cath. Uma das técnicas de modelagem 3D adotadas consiste em utilizar uma imagem espelhada do lado saudável da face ou de regiões únicas como a do nariz ou dos lábios do paciente ou de um doador digital. Em seguida, é possível transformar o protótipo impresso nos materiais precisos para terminar a prótese facial sob medida, em silicone e com acabamento próximo à natureza da pele humana.
Dois pacientes já passaram pelo procedimento com muito sucesso.
No primeiro, Carlito da Conceição, a prótese feita a partir do smartphone foi feita com 123D Catch e Meshmixer.
No segundo paciente, Victorio, este que aparece nas imagens desse post, a prótese foi feita com uso do Recap 360.
“Existem muitos pacientes com mutilações faciais em decorrência de acidentes e doenças como o câncer. Nem todos podem custear um tratamento convencional. Softwares como o 123D Catch e equipamentos de baixo custo podem viabilizar o acesso ao tratamento e possibilitar que centros clínicos, que ainda não têm tecnologia de ponta, passem a oferecer uma alternativa de qualidade e baixo custo”, afirma Salazar Gamarra.
A pesquisa foi iniciada em dezembro de 2014, como dissertação do Mestrado em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP, em São Paulo. Em vista dos resultados positivos, Salazar Gamarra se prepara para avançar a pesquisa, agora em um doutorado. A dissertação de Mestrado foi orientada pelo Prof. Doutor Luciano Dib, da UNIP, com contribuições da especialista em próteses espaciais Rose Mary Seelaus, da Universidade de Illinois, em Chicago, e ainda, em parceria com o Centro Tecnológico da Informação Renato Archer (CTI), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do Governo Federal, com apoio do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP), da Fundação Capes, a UNIFESP e ainda, do designer 3D Cícero Moraes.
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